terça-feira, 29 de dezembro de 2015

2016

Boa Tarde,
Como poderia eu deixar passar esta data que se aproxima sem deixar uma mensagem sincera de votos de um próspero ano novo a toda a gente que segue o meu blog.
Gostava de ser mais activo, mas não tenho muito tempo para vos deixar mensagens no blog, como tal venho pedir desculpa por não ser tão presente como devia!
Espero que tenham vindo a gostar do trabalho que foi desenvolvido ao longo deste grande ano, 2015, que possa continuar com o vosso apoio em 2016.
Com isto dito, espero que tenham um ano melhor que o anterior, que sejam felizes e que realizem os vossos sonhos e as vossas metas para este novo ano que se avizinha. Entrem com o pé direito!

Beijinhos e abraços

sábado, 12 de dezembro de 2015

Bavaroise Cerveja Preta

 

Creme inglês

  • 1l leite
  • 250g açúcar
  • 10 gemas

Redução de cerveja preta

  • 1l cerveja preta
  • 350g açúcar

Bavaroise de Cerveja Preta

  • A Redução de cerveja
  • 15 folhas de gelatina
  • 1l natas
  • Creme Inglês

Preparação

 

Redução:

Colocar a cerveja e o açúcar em lume brando e deixar reduzir por aproximadamente 1h:30, 2h.

 

Creme Inglês:

Numa caçarola colocar o leite ao lume.
Numa tigela misturam-se as gemas com o açúcar e um pouco de leite ainda frio.
Quando o leite ferver deita-se sobre o aparelho das gemas e vai novamente ao lume na caçarola.
passa-se pelo chinês e arrefece.

 

Bavaroise:

Após o creme inglês estar feito,deixar arrefecer até por volta de 30º, juntar as folhas de gelatina, previamente hidratadas em água fria durante cerca de 10 minutos. Juntar a redução e envolver bem, bater as natas em ponto chantilly, se quiser adicionar um pouco de açúcar (80g), envolver as natas no preparado, colocar em taças individuais, ou numa taça grande e levar ao frio.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Açúcar




Hoje em dia a maior parte das pessoas não se dá conta do sofrimento que este produto causou no mundo para que hoje possa estar disponível no mercado a tão baixo preço. É daqueles produtos que a historia tanto se preocupou e tantos registos lhe deu.
Pouco sabemos sobre a origem do açúcar. Está identificado como originário da Índia e manuscritos chineses referem a presença da cana-de-açúcar já no século VII AC. Há também noticias da existência de cristais de açúcar na Índia no século V AC, que permitiam um melhor armazenamento e transporte. Ao que parece os chineses reivindicam a paternidade do açúcar. Segundo consta, foi neste continente que passou do caldo de cana-de-açúcar para cristais de açúcar, desenvolve-se então sua preparação e divulgação nas rotas comerciais da época que incluíam já, a navegação. No século V, foram os monges budistas da Índia que passaram para a China o ensino da plantação da cana-de-açúcar, o imperador Li Shimin torna-se interessado pelo açúcar. Segundo a História Natural, de Sukung, encontra-mos a seguinte transcrição "O imperador Tai-Hung enviou trabalhadores para que aprendessem a arte de fabrico do açúcar a Lyu (Índia) e sobretudo a Mo Ki To (Bengala)", no século VII. Reza a lenda que Buda é procedente do país do açúcar, Bengala. O açúcar era conhecido como "o mel que não necessita de abelhas" para ser fabricado. Mas também na Bíblia é referido como "doce cana" que ia do Oriente para o Ocidente em caravanas.
Dos Romanos que habitaram por nossas terras não temos qualquer indicação da existência de açúcar. Nas primeiras receitas que chegaram até nós só aparece o mel. Aqui, na Península Ibérica, o açúcar era já utilizado pelos mouros que o recebiam através do comércio do Mediterrâneo.
Em Portugal o açúcar de cana já era conhecido desde a sua fundação devido aos mouros, mas era apenas utilizado em Medicina, para problemas digestivos como a azia ou para questões emocionais. Ainda hoje utilizamos água com açúcar para acalmar os nervos.
D.João I, 1404, apoia a primeira plantação de cana-de-açúcar no Algarve, através do genovês Giovanni de Palma, mas sem sucesso. Acaba por ser na ilha da Madeira que se inicia a produção de cana-de-açúcar. Em 1496, D.João II, proíbe os estrangeiros de residirem na ilha da Madeira, com fins de manipulação e agiotagem sobre a manipulação açucareira local. O açúcar era tão importante, como novo produto, que D.João II acaba por destinar para a coroa o exclusivo da exportação destinada aos portos do Levante.
Após ter sido estabelecido o mapa da colonização do Brasil, 1530, é desenvolvida a plantação de cana-de-açúcar devido as qualidades dos terrenos e clima sabe-se que o primeiro engenho terá sido estabelecido em 1533. Mas só em 1545 é que se tem noticia concreta da exportação do açúcar brasileiro. Em 1628 é registado que o Brasil já conta com 235 engenhos, sendo que em 1629 já se encontram 346 engenhos registados. Olinda é considerada a capital açucareira. A riqueza conhecida do açúcar e a tentativa de assalto por piratas na travessia do Atlântico levaram D.Filipe III de Portugal a estabelecer uma carta régia para que os barcos carregados de açúcar do Brasil fossem agrupados em frotas, obrigatoriamente. Nesta época, padre António Vieira, 1608-1697,  que já tinha solicitado o regresso dos judeus a Portugal, manifesta-se novamente no Brasil em defesa dos indígenas, combate a escravatura, chegando mesmo a defender a sua abolição. "Se adoçais a boca com o açúcar, não é doce o que tomais, mas é fel, é verdadeiro e humano; e se o tendes posto em alguma bebida, o que bebeis é sangue."
No reinado de D.Manuel I é proibida a venda de doçaria a homens, como forma de controlar o seu consumo excessivo.É então criada a profissão de "alfeloeiras". Nas Ordenações Manuelinas escreveu-se que "algumas mulheres podem vender alféloa, nas ruas ou praças, como em suas casas, ou pousadas, sem que sofram qualquer pena por isso." Entretanto, conhecidas as instalações de novos conventos, e facilitado o acesso a membros da família real e da alta nobreza, serão as cozinheiras e empregadas dessas meninas que irão desenvolver o que se chama doçaria conventual.
Em 1751 é conhecida a Henrique Smith, a primeira fábrica de refinação de açúcar, em Lisboa, seguindo-se a segunda dois anos depois, Manuel Leitão de Oliveira, também em Lisboa. Em 1758 no Brasil, os índios são libertados. Possivelmente pelo excesso de produção é proibida a cultura de cana-de-açúcar no estado do Maranhão. Em Portugal, 1761, é abolida a escravatura e declarados libertos os escravos que entrarem em Portugal. No Brasil registou-se apenas em 1888, já independente desde 1822, e que possivelmente precipitou o fim do império. Em 1770, é concedida a licença para a primeira refinaria no Porto, propriedade de João Batalha Freire. Em 1834, dá-se a extinção das ordens religiosas, data que veio determinar a saída de receituário para fora dos conventos que marca também o decréscimo da criatividade posterior de grande doçaria, à excepção do pudim abade de Priscos, que apesar de não ser conventual, é um grande doce, possivelmente a melhor criação doceira depois da extinção das ordens religiosas.
O açúcar veio, de facto, a revelar-se o principal produto depois das Descobertas. Alterou o hábito dos portugueses e desenvolveu-se num quotidiano com tanta força que raramente nos damos conta disso.

Baseado em "Doces da nossa vida" de Virgílio Nogueira Gomes.